domingo, 14 de setembro de 2014

EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA "CAMINHOS E ENCONTROS" COMEMORAÇÃO 60 ANOS DO PAVILHÃO JAPONÊS


VALE A PENA CONFERIR
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II ENCONTRO INTERNACIONAL DE CERAMISTAS



Encontro de Ceramistas na USP traz programação especial
Após o sucesso da primeira edição, o II Encontro Internacional de Ceramistas na USP que acontecerá entre os dias 12 e 15 de março, na cidade Universitária de São Paulo, contará com um extenso programa. A programação será voltada para estudantes, artistas, pesquisadores, professores e interessados na Cerâmica Artística.
O objetivo do encontro é promover a troca de informações com artistas de diferentes partes do mundo, além de abrir discussão, reflexão e a motivação para a busca de maiores possibilidades diante do contexto internacional.
Com uma rica programação que inclui palestras de renomados artistas internacionais e nacionais, o destaque do evento será a demonstração de processos criativos e técnicos realizados em tempo real. Os participantes poderão subir ao palco para interagir, fazer perguntas, aprender ou apenas observar.
Entre os nomes que participarão do encontro estão Christopher D. Bennavides (EUA-Milwaukee), artista e mestre em Artes pela Universidade de Wisconsin, Madison; Karen Gunderman (EUA-Milwaukee), artista e professora do Departamento de Arte e Design da Peck School of Art da Universidade de Wisconsin, Milwaukee; Esther Shimazu (EUA-Havaí), mestre em Artes Visuais Cerâmica pela Universidade de Massachutts/Amherst; Megumi Yuasa (Brasil), ceramista e escultor, participante de mostras no Brasil e exterior, inclusive Bienais de São Paulo com diversas premiações, entre outros.
O II Encontro Internacional de Ceramistas na USP é realizado pela ECA-USP (Escola De Comunicações e Artes da USP) e Departamento de Artes Plásticas, da FAU-USP
(Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), ABC (Associação Brasileira de Cerâmica) e Grupo Terra (Grupo de pesquisas em cerâmica coordenado pela prof. Norma Grinberg. 

domingo, 13 de julho de 2014

ESTÚDIO CASA1

ATIVIDADES DO GRUPO IANDÉ NO ESTÚDIO CASA1 



PROPOSTA - Todas as ações são permeadas pela história pessoal, pela história familiar e pela cultura. Com o uso ilimitado da imaginação, na fábula o sujeito se torna ele próprio um personagem e acontece um diálogo, através dos impulsos conscientes ou inconscientes. As fábulas permitem  que se construam explicações sobre o mundo: as manifestações da natureza, as relações entre as pessoas (com seus desejos, paixões, defeitos e virtudes) e as relações entre a humanidade e a natureza. Enfim, são histórias que nos permitem  conhecer a nós mesmos. A fábula não é uma história do outro, ela é um reflexo de nós mesmos. A fábula criada na oficina será como um espelho e levará à reflexão sobre os próprios processos de criação que permeiam a relação consigo mesmo, com o outro e com a matéria, provocando ainda a discussão sobre os processos de observação e interpretação.
PARA QUEM: o convite é para aqueles interessados em embarcar numa aventura que proporcionará discutir e refletir sobre os processos criativos e os diálogos possíveis, mesmo que discordantes, consigo mesmo, com o outro, com a matéria, com o visível e  o invisível.
QUANDO: 25, 26 e 27 de julho de 2014.
MINISTRANTE: GRUPO IANDÉ (Megumi e NaokoYuasa, Rosana Oliveira e Sandra Lagua)
PROGRAMAÇÃO: dia 25, das 19:00h às 21:00h, abertura, apresentação sobre o tema proposto e confraternização na qual será servida uma sopa; dia 26, das 9:00h às 16:00h início dos trabalhos da oficina; dia 27, das 9:00h às 13:00h.continuação das atividades e encerramento.
VALOR: R$ 530,00 (quinhentos e trinta reais)
INSCRIÇÕES: reservas através do telefone 11 99627-1207 e do e-mail sandra.lagua@gmail.com

Após a inscrição aguardar e-mail com os dados da conta para depósito e confirmação.
EXPOSIÇÃO "MODOS DE SER E ESTAR NO MUNDO"




A convite do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o GRUPO IANDÉ participou da exposição "Modos de Ser e Estar no Mundo", na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, em Porto Alegre. Enviamos um trabalho interativo, sob o título "De alguma forma, somos todos deficientes, insuficientes".



As obras apresentadas eram feitas tanto por como para deficientes, contendo sempre algum tipo de estimulo aos sentidos.



GRUPO IANDÉ - APRESENTAÇÃO

O GRUPO IANDÉ  está em constante mutação, por isso, após alguns anos de atividades, elaborou um folheto de apresentação de seus objetivos e ações.


1.    QUEM SOMOS

O IANDÉ é um grupo multidisciplinar, cujos participantes se reúnem para estudar e discutir os mais diversos assuntos relativos às ciências humanas e exatas.

2.    COMO FAZEMOS

Através da multidisciplinaridade, pretende-se chegar a uma proposta de discussão que, aproximando o fazer filosófico do científico, propicie o reconhecimento dos processos criativos próprios de diferentes áreas de atividade.
O resultado desse processo é disseminado através da elaboração e divulgação de textos, formação e orientação de grupos de estudos, palestras e oficinas.

2.1       Textos – são produzidos através das pesquisas e discussões levadas a curso pelo grupo, do relato e análise de suas próprias atividades criativas e dos textos elaborados para as palestras.

2.2       Palestras – também resultam das pesquisas e discussões do grupo, sobre diversos temas filosófico-científicos. As palestras podem ser ministradas isoladamente, ou seguidas de oficinas que utilizam os temas como conteúdo suporte.

2.3       Oficinas – são oficinas lúdicas, onde o próprio grupo de participantes, a partir do tema e da dinâmica oferecidos pelo IANDÉ,  é estimulado a assumir um comportamento espontâneo, construindo o processo e o conhecimento.

Assim, os saberes, a partir da mobilização inicial, são construídos pelos participantes em interação com o próprio grupo e com os instrutores.

3.        METODOLOGIA

O tema suporte é colocado através de uma palestra expositiva, ilustrada com imagens e leitura de textos relacionados.
Cada participante traz para a oficina o conteúdo prévio da sua própria vivência e das ações desenvolvidas em suas atividades quotidianas.
No ato da inscrição os participantes são solicitados a trazer algo para o encontro. Dependendo do tema, pode ser uma imagem, um objeto, um pensamento, uma reflexão sobre um texto fornecido.
Já no início das oficinas, para que a separação dos participantes em grupos se dê de aleatoriamente, são aplicadas dinâmicas baseadas no tema proposto.
As atividades são cronometradas, para que os grupos trabalhem dentro de tempos mínimos, com espontaneidade, sem muita elaboração, de forma automática e inconsciente.
A partir desse momento, as atividades são desenvolvidas dentro da realidade de um cenário imaginário, na qual os participantes assumem personagens criados por eles mesmos, utilizando o tema proposto.
Essa dinâmica resulta em uma ação criativa e inovadora.

4.    PRODUTOS JÁ DESENVOLVIDOS:
·        “O Acaso e a Observação no Processo Criativo”
·        “O Visível e o Invisível no Processo Criativo”
·        “Uma Cidade Imaginária”
·        “Imaginação Reprodutora e Imaginação Criadora”
·        ”A Transmutação dos Elementos”
·        “Os Saberes e o Processo de Criação”
·        “O Absurdo e o Mito de Sísifo”
·        “O Duplo" 
      5. OBJETIVOS

5.1    produzir e divulgar conhecimento, com foco na relação do homem com a matéria e às muitas questões que envolvem o fazer em qualquer campo de atividade. Sendo assim esse fazer se torna criativo e produz significado;
5.2    mobilizar para adquirir uma visão mais abrangente do pensar, através da identificação e consciência de si mesmo, do outro, do grupo e do contexto;
5.3 agir com prontidão e postura criativa diante das contingências, percebendo sentido no aleatório e nos acasos e, estar apto a reorganizar;

6.   CONCLUSÃO

O investimento em desenvolvimento pessoal torna possível atender à demanda contemporânea pela unidade, na relação matéria e espírito.


VII ENCONTRO DE CERAMISTAS DE PARATY




Todos os anos, durante os feriados da Semana Santa, tem sido realizado o Encontro de Ceramistas de Paraty. No VII Encontro, realizado em 2013, Megumi Yuasa foi o convidado especial. Proferiu palestra na sessão de abertura do evento e teve suas obras expostas em uma sala exclusiva. O evento é sempre um sucesso, oferecendo um grande número de atividades ao público participante e também uma feira. A beleza da cidade de Paraty também contribui para o sucesso do evento.


PALESTRA E OFICINA 
"OS SABERES E O PROCESSO DE CRIAÇÃO"

Foram muito animadas e proveitosas a palestra e a oficina realizadas pelo GRUPO IANDÉ, no Ateliê Sílicas, de Sirlene Giannotti. Utilizando os conceitos propostos na palestra da noite anterior, os participantes da oficina, após uma série de atividades e divididos em grupos, foram solicitados a escrever pequenos roteiros, que tinham como tema central o "Absurdo" e o "Mito de Sísifo". 


Os grupos encenaram esses roteiros e a experiência foi surpreendente e o participantes puderam levar o resultado dessa para seus ambientes de trabalho, proporcionando que reflitam sobre seu próprio processo criativo e ainda compartilhem com colegas ou alunos.


terça-feira, 24 de abril de 2012

VI ENCONTRO DE CERAMISTAS DE PARATY

Conforme já havíamos anunciado anteriormente, o GRUPO IANDÉ, esteve em Paraty, participando do VI Encontro de Ceramistas de Paraty, cujo idealizador e organizador é o ceramista paratiense Dalcir Ramiro. O evento contou com uma exposição,sob curadoria do ceramista Alberto Cidraes de Cunha, com uma sala exclusiva para  trabalhos da  ceramista Shoko Suzuki, que foi especialmente homenageada, outra sala com ceramistas de outros estados e países e uma sala especial para ceramistas paratienses. Megumi Yuasa foi um dos ceramistas convidados, com a obra abaixo:.


A cidade de Paraty tem sempre uma magia e um encanto natural com seu casario, suas igrejas, os bares e restaurantes, o povo na praça, as procissões religiosas, os barcos, o mar e a maré cheia que invade as ruas....


A Feira aconteceu em uma grande tenda em frente à Igreja de Santa Rita e contou com a participação de ceramistas de vários estados brasileiros, bem como de outros países. Havia ainda a participação de índios do Xingú. Por toda a cidade havia uma decoração alusiva ao evento. Foi um ótimo momento de encontro e troca de informações entre os ceramistas de diversas localidades, além do público local e dos turistas que por lá circulavam.  Nessa tenda ocorreram também palestras e oficinas.



Além do Megumi ter participado da exposição como artista convidado, o GRUPO IANDÉ, foi convidado a participar com  um box na feira. Levamos  algumas pequenas peças de cerâmica para vender, porque essa era uma das principais finalidades da feira, mas nosso principal objetivo foi o de  divulgar as atividades do grupo e discutir temas relativos aos rumos da arte e da cerâmica no Brasil, em especial do núcleo Paraty/Cunha/Caraguatatuba, ali representado.


Além das vendas, das muitas conversas sobre o IANDÉ e muitos outros assuntos, no nosso box havia um "CADÁVER ESQUISITO" que ia sendo feito pelos visitantes da feira.

Essa técnica foi adoptada por artistas surrealistas para provocar a livre associação de imagens fora do contexto habitual. Trata-se de um jogo gráfico sobre papel dobrado (no nosso caso enrolado). Consiste na realização de um desenho colectivo, sem que nenhum dos participantes saiba o que fizeram os outros, aproveitando apenas os traços de ligação (pistas) deixados a mostra ao enrolar o papel. Ao desenrolar tudo no final, verifica-se, com surpresa, a relação inesperada entre as figuras desenhadas resultando em uma obra coletiva.

Inventamos uma "máquina" de fazer Cadáver Esquisito. Uma caixa preta, dentro da qual íamos enrolando uma longa tira de papel kraft. Propunhamos o tema "O Duplo" podendo ser qualquer coisa que o participante entendesse como tal e sugeríamos que se fisesse algo rápido sem muita elaboração mental. No final, quem participasse preenchia uma ficha e concorria ao sorteio de uma peça de cerâmica.

O ponto alto disso tudo, foi que a atividade atraiu crianças de idades variadas, que vieram espontâneamente participar, mas que ficavam com desejo de desenhar mais. Tivemos que improvisar uma oficina, estendendo um Combinamos e organizamos outra oficina à tarde e foi maravilhoso observar como as crianças podem ser tão espontâneas e criativas. É só dar a elas oportunidade de se expressarem.

Ah, ainda tinham as conversas nos almoços, nos intermináveis cafés da manhã e à noite nos bares de Paraty.

Valeu a pena!

O MUNDO ENCANTADO DA JOALHEIRA
ANDREA CRIVELLARI

Frequento o Aletier de Jóias Nao Yuasa e lá, além das amizades, encontramos muitos grandes talentos. Um deles é a super criativa joalheira Andrea Crivellari, a quem nós pedimos que enviasse um post para o nosso blog. Ela nos concedeu essa honra,  nós agradecemos.


Segue o post:

Antes de mais nada, quero dizer que, para mim, é uma honra poder postar num blog tão especial como o do Grupo Iandé.
Mas já que é assim, vamos começar falando bem, aliás, muito bem...

Aos que não me conhecem, me chamo Andrea Crivellari e sou designer de jóias.
Formada em Desenho de Moda no ano de 1999 pela Faculdade Santa Marcelina, me especializei em Desenho de Joalheria.

(...)

Cursei Joalheria, por um breve período, com Renato Camargo no ano de 2003. No mesmo ano ingressei na Arte Metal, tendo Nao Yuasa como professora, onde permaneci até meados de 2009. Hoje, faço parte do seleto e especial grupo de amigos e alunos de Nao Yuasa compartilhando seus conhecimentos em seu atelier.

Em paralelo, como é impossível para mim ficar quieta, cursei Gemologia com Mariana Magtaz, Mokumè Gane com Carlos Godoy, Feltragem com Renata Porto, Modelagem em Cera com Cécil Mattar e Esmaltação sobre Metais com Elisa Dale.

Tenho como característica marcante os detalhes ricos em minhas peças mínimas feitas por mãos extremamente habilidosas e olhar minucioso.


Na coleção Nath, Nana e Cia., esta preferência, se é que se pode dizer desta maneira, é muito bem representada e apresentada...



 E também em pulseiras como Leo...



Ou Paul...


Ou Caracol...

Para os que pensam que meu mundo é totalmente infantil; enganam-se!

Embora, aprecie o maravilhoso, o fantástico, o lúdico. E tudo isso, é claro que sempre acrescido de um pouco de romantismo e inocência... me faz estar sempre com as crianças pequenas e as “crianças crescidas”...

Um exemplo maravilhoso disto a coleção Mel, Lilás e Sol que foi inspirada no amor, sublime amor, de Edward e Bella da Saga Crepúsculo...




E todo o romantismo que beija o lúdico em Sonhos...
 


E é neste mundo de sonhos que eu me despeço de vcs com uma flor...

Com outra flor...


Muito amor...

e muitos beijos.

Andrea CrivellariDesigner de Jóias
http://andreacrivellari.wordpress.com/











 



 

quinta-feira, 15 de março de 2012

VI ENCONTRO DE CERAMISTAS EM PARATY

EXPOSIÇÃO  DE  05 A 22 DE ABRIL NA CASA DA CULTURA E NO SILO CULTURAL

Para participarem da exposição que aconteceerá durante o ,  foram convidados pelo ao curador Alberto Cidraes 23 ceramistas do Brasil: Adel Souki, Akinori Nakatani, Antonio Carelli, Benhur Vernizzi, Delma Godoy, Erli Fantini, Flavia Santoro, Hideko Honma, José Carlos Carvalho, Keiko Mayama, Kimiko Suenaga, Kimi Nii, Luciana Beatriz Chagas, Luciano Almeida, Marcelo Tokai, Máximo Soalheiro, Megumi Yuasa, Mieko Ukeseki, Norma Grinberg, Paula Unger, Rosa Penteado (in memorian), Sara Carone, Sylvia Goyanna.

A homenageada deste ano será a ceramista Shoko Suzuki.

Haverá também uma feira da qual o Grupo Iandé vai participar.

Vale a pena passear na belíssima cidade de Paraty e visitar este evento. Para mais informações consulte o site: http://www.enceramisty.com.br/

WEST ENCOUNTERS EAST


Nos últimos dias 03, 04 E 05 de março, Megumi Yuasa participou, juntamente com mais 04 renomados artistas: Cristina Sá, Kasuo Okubo, Takashi Fukushima e  Yutaka Toyota da "THE LATIN AMERICAN ART FAIR no Miami Beach Convention Center, em Miami. A iniciativa é de Stella Holmes e faz parte de um projeto mais amplo chamado West Enacounters East - WEE. A curadoria foi de Denise Mattar.
O Projeto promete mais novidades, vamos aguardar.

terça-feira, 6 de março de 2012

LUTA PELA CONTINUIDADE DO CONGRESSO E SALÃO DE CERÂMICA DO PARANÁ

Leiam com atenção ata da ruenião realizada no dia 15/02/2012. Precisamos lutar para que esses importantes eventos se mantenham. Os  ceramistas de todo o Brasil precisam participar.

ATA DE REUNIÃO SOBRE O CONGRESSO E SALÃO DE CERÂMICA DA SEEC - MAA
Aos quinze dias do mês de fevereiro de 2012 reuniram-se no Memorial de Curitiba (Fundação Cultural de Curitiba) Marília Diaz, Luis Felipe Schultz, Ana Carolina Lepienski, Risolete Bendlin, Izamara Carniatto, Priscila de Ferrante, Marcelo Ambrósio, Letícia de Sá Rocha, Soraia Savaris, Gilberto Narciso, Eliana, B.Herman, Zélia de Oliveira Passos, Ocleres Muzillo, Sergio Moura, Gláucia Flügel, Elizabeth G. S. Araújo, Luiz Pellanda, Carina Weidle, Tânia B. Bloomfield, Ronald Simon, Amanda Gallego, Carlos Alberto Vargas, Loire Nissen, Claudine Watanabe, Celso Setogutte, Eliza Maruyama, e Clayton da Costa. Marília Diaz iniciou os trabalhos informando que a reunião não foi promovida pela Secretaria de Cultura - SEEC, e sim por artistas e outros profissionais interessados na área da cerâmica que, ávidos de informações sobre o Salão e o Congresso de Cerâmica (inicialmente Simpósio), promovidos há 31 anos pelo Museu Alfredo Andersen - MAA, buscam esclarecimentos. Marília Diaz solicitou 20 minutos para apresentar o histórico das reuniões anteriores. Esclareceu que na reunião realizada no dia vinte e seis de janeiro de 2012, na SEEC, estavam presentes, Christine Baptista, diretora da Coordenação do Sistema Estadual de Museus - COSEM , cinco artistas visuais convidados, oito funcionários da SEEC , o presidente da Associação dos Amigos de Alfredo Andersen, além do diretor do MAA, Ronald Simon. Christine relatou sobre o constrangimento dos dirigentes em relação às noticias, veiculadas via internet, sobre o cancelamento do Congresso e do Salão de Cerâmica, bem como sobre os quatro encontros realizados em Curitiba em 2011, coordenados por Paulo Herkenhoff, para discutir as políticas públicas para a cultura. Sobre as reuniões do ano de 2011 Christine relatou que o crítico de arte Paulo Herkenhoff abordou algumas questões sobre a cultura no Paraná e se declarou contrário aos “salões específicos”, justificando que na contemporaneidade não há mais sentido tratar as especificidades das linguagens artísticas. Christine Baptista lamentou o não comparecimento dos artistas nos encontros realizados em 2011. Posteriormente destacou a falta de recursos humanos e financeiros para a realização de eventos, salientou também a dimensão que tanto o Congresso quanto o Salão tomaram nos últimos anos, chegando a ser mais importantes que o próprio MAA. Destacou ainda que Alfredo Andersen foi pintor, e que portanto, o MAA não tem perfil para essa modalidade de arte, além da demanda de trabalho do MAA ser muito grande em relação ao quadro de pessoal. Christine Baptista reforçou também que o número de funcionários da SEEC está muito aquém da necessidade e que todos os eventos acontecem na capital do Estado, sendo muito importante a descentralização. Justificou o novo modelo de gestão pública e introduziu o conceito de OSCIP (organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também recursos públicos, para as suas finalidades, dividindo o encargo administrativo e prestação de contas) e OS (financiamento para cumprir metas),como opção institucional para a realização de eventos, enfatizando o exemplo do MON, da Pinacoteca de São Paulo e outras instituições internacionais que fazem uso desta opção. A Lei Rouanet e as O.S. foram citadas como alternativas para a organização de eventos. Ao término desta reunião e após a argumentação dos artistas presentes, sobre a importância do congresso como fórum aberto de discussão, espaço para a pesquisa e atividade que gera trabalho e desenvolvimento, Christine Baptista sugeriu um novo encontro com artistas, designers e pesquisadores Das instituições de ensino superior, agendada inicialmente para o dia 29 de fevereiro para a apresentação de uma proposta de forma e conteúdo para o Congresso e Salão de Cerâmica, reunião cancelada posteriormente. Depois Marília Diaz relatou também a reunião ocorrida no dia seis de fevereiro nas dependências do Museu Oscar Niemayer - MON, com representantes de museus e Paulo Herkenhoff. Frisou que a reunião foi apenas para convidados e que na oportunidade ela, Marília, apresentou a preocupação com as dificuldades para a continuidade do Congresso de Cerâmica. Marília Diaz fez uma defesa do Congresso de Cerâmica, justificando sua importância em função da apresentação de trabalhos, das trocas de experiências entre os vários setores interessados na cerâmica, sejam indústrias, artistas, designers e ou outros. Discutiu-se os novos formatos de gerenciamento pelas leis de incentivo a cultura e entendimentos sobre salões de arte. Paulo Herkenhoff salientou que salões de arte de uma só linguagem reduzem e que defender um bolsão de produção pode isolá-lo. Destacou que se o congresso se efetivar deve extrapolar a linguagem da cerâmica atraindo artistas que trabalhem com outras modalidades de arte. Sugeriu alguns temas como :Questões Estéticas; Possibilidades Matéricas em Bachelard; Psicanálise, Linguística e Argila; Ancestralidade e Arquétipos; Fragilidade em Louise Bourgeois ; como era a Cerâmica antes de Portugal? entre outros. Após o relato das reuniões anteriores, na reunião do dia quinze de fevereiro discutiu-se a questão de como o grupo entende o Congresso e o Salão de Cerâmica em ternos de conteúdo e formato. Destacou-se a importância de se encontrar um tema Gestor para o Congresso. Também foi observado que neste ano haverá em Curitiba o 56º Congresso Brasileiro de Cerâmica, cujo foco é a indústria e a pesquisa acadêmica. Em seguida, Tânia Bloomfield abordou a questão da Lei Rouanet, seus prazos e particularidades, que segundo ela são complicadores para um evento ainda este ano. Ela vê com ressalvas a participação da iniciativa privada no processo e observa que os elementos indicam novamente a privatização de serviços da esfera pública. O diretor do MAA, Ronald Simon, colocou as dificuldades que o museu enfrenta para viabilizar o congresso, (apenas quatro funcionários, sendo que um se aposenta este ano e espaço físico precário). Disse que o congresso produz efeitos na administração e no espaço físico do MAA, antes e depois do evento. Destacou que não se trata apenas da não identidade entre Andersen e a cerâmica, e sim das condições críticas que a entidade enfrenta. Ele questiona a importância real da história face à realidade atual. Zélia Passos afirmou que o Congresso/simpósio e o salão têm uma história de mais de 30 anos e uma importância para o aprimoramento da arte cerâmica que não podem ser jogados fora. Em todos estes anos, o governo do Estado foi gerido por sucessivos partidos políticos e todas honraram a realização destes eventos.

- Além do avanço artístico observado nos salões, as oficinas e conferências dos congressos/simpósios têm obtido tal nível que cada vez mais atraem caravanas de ceramistas de outros estados e de pessoas de outros países, aproximando a sua repercussão a outras promoções públicas de monta no cenário artístico nacional, como os cursos/ concertos/oficinas de música de janeiro. Os congressos/simpósios e salões de cerâmica têm uma peculiaridade especial. Destaca, em pé de igualdade, a arte cerâmica popular, a arte do design cerâmico e a cerâmica artística. O reconhecimento do artista popular em seu fazer cerâmico tem sido um ponto alto em nossos salões e congressos, com revelações surpreendentes e com a divulgação de ceramistas do sertão brasileiro que mantêm vivas técnicas milenares, demonstrando perícia criativa reconhecida por estrangeiros e ainda pouco valorizados por nós, seus irmãos. Eliana Hermann reforçou a importância do evento informando que o mesmo é conhecido e valorizado internacionalmente e que não deve deixar de ser realizado.

O Sr. Sérgio Moura argumentou que o congresso deve ser visto como uma oportunidade. Disse que o governo anterior foi um marasmo e que é difícil compreender a postura do partido que se encontra no poder. Acredita que, como produtor cultural não há mais espaço para um salão no século XXI, observa também que o congresso e o salão não podem sobrepor-se à instituição e considera necessário discutir melhor o formato proposto pelo PSDB . Loire Nissen questionou sobre quais seriam os parceiros privados que apoiariam o evento e qual o corpo técnico do mesmo, o modelo seria público ou privado? Conseguir patrocinadores é função de quem? Ana Carolina Lepienski perguntou se é possível oferecer o congresso para uma empresa gestora realizar e cobrar pela participação? Elizabeth Araújo afirmou que o Estado deve assumir a sua responsabilidade com a execução e o financiamento de políticas públicas de cultura, uma vez que é direito de todos ter acesso a elas. E que devemos lutar pela manutenção do evento com financiamento público porque ceder é entregar o patrimônio público para uso privado. Como encaminhamento da reunião sugeriu a confecção de uma carta em favor da realização e da manutenção do evento a ser entregue para a Secretaria de Estado da Cultura com cópia ao governador do Estado e aos ceramistas do Paraná e do Brasil. Marília Diaz lembrou que o salão já teve uma lei, norma que garantia a sua realização. Izamara Carniatto questionou sobre o estado, que cada vez faz menos e sugeriu documentar a posição do grupo, afirmando que não se deve abrir mão de nenhum dos eventos - salão e congresso. Acha que é possível fazer outra coisa, mas desconhece sobre questões de financiamento. Sugeriu que uma comissão fosse retirada do grupo para trabalhar num documento. Marília Diaz lembrou que em nenhum momento percebeu que os gestores da SEEC estivessem se retirando da discussão e de suas responsabilidades e reforçou sobre a importância da eleição de uma comissão. Tânia Bloomfield apresentou a idéia de se criar um grupo de discussão via web (Yahoo Groups) e lembrou que no dia 28 de fevereiro, às 9:00hs, haverá uma reunião sobre políticas relacionadas à cultura no MON. Marilia Diaz sugeriu que dentro do congresso é possível discutir os rumos do Salão de Cerâmica. Gilberto Narciso destacou todos os ceramistas do Brasil estão esperando pelos resultados desta reunião. Como fechamento foi acatada a sugestão de constituir uma comissão para redigir um documento a ser apresentado à SEEC. Foram sugeridos e aceitos para a comissão que redigirá a primeira versão do documento: Soraia Savaris, Izamara Carniatto, Marília Diaz, Tania Bloomfield, Elizabeth G. S. Araújo e Marilzete Basso do Nascimento. A linha básica da carta a ser redigida pela comissão deverá ser traçada a partir das seguintes idéias: 1.Histórico do evento; 2. Responsabilidade do estado; 3. Proposta de que o congresso discuta o Salão de Cerâmica. A reunião para a redação da carta foi agendada para o dia 23 de fevereiro de 2012, às 14hs, no Atelier Marília Diaz, à Rua Bororós, 234, Vila Izabel.. Os trabalhos foram encerrados às 20:45hs.

domingo, 27 de novembro de 2011

GRUPO ÑANDERU - LANÇAMENTO CALENDÁRIO

Mais um convite. Agora para a o lançamento do calendário de 2012 do GRUPO ÑANDERU, com imagens de uma produção coletiva do grupo de desenho de observação de modelo vivo.


Atelier Ñanderu
O Atelier Ñanderu é um espaço de arte para todas as linguagens. Criado para o encontro de pessoas interessadas em aprender,vivenciar, discutir e desenvolver sua arte
Oferece cursos, encontros e experimentos nas diferentes formas de manifestação artística . O espaço é coordenado pelos artistas plásticos e educadores: Marcos Venceslau e Odino F. A. Pizzingrilli.
Nos encontros de modelo vivo criados e desenvolvido desde 2006, surgiu o grupo Ñanderu que desenvolve o desenho de observação e troca experiências e idéias sobre o desenvolvimento da arte de cada participante, como também da arte em geral. do processo criativo individual e coletivo, privilegiando a liberdade de criação, o respeito às competências, estilos e opinião de cada elemento do grupo. O Grupo Ñanderu está sempre aberto a novos participantes que queiram compartilhar essa estimulante experiência.
Em 2009 começamos a criar e desenvolver possibilidades de trabalhos coletivos nas sessões de modelo vivo, como painéis e instalações.
O calendário apresenta detalhes de dois painéis produzidos pelo grupo nos encontros mensais. Participam os artistas: Heloisa Leite, Luiza Micelli, Marcos Venceslau, Maria Delamore, Odino Pizzingrilli, Regina Basone, Sandra Lagua, Teresa Marchetto.


Este convite é para a Exposição de Final de Ano do Atelier Nao Yuasa, onde faço curso de joalheria. Também estou participando. Vale a pena dar uma passada!

domingo, 14 de agosto de 2011

EXPOSIÇÃO "DIÁLOGOS DO BARRO"

Nossa amiga Nadia Saad nos enviou por e-mail o convite para esta exposição que é o resultado de um belíssimo trabalho. Vale a pena conferir.

Caros Amigos,
Quero convidar a todos para a exposição Diálogos do Barro que será em Pará de Minas, Minas Gerais.
É a síntese de um percurso que realizei em Terras Mineiras que culminou no Projeto Parapuan, Arte na Indústria: para além do trabalho.
Depois de percorrerem várias cidades como Piracicaba, São Paulo e Curitiba, os trabalhos voltam a sua Terra Natal e aqui serão laureados por seus conterrâneos.
Um forte abraço e até breve,
Nadia Saad



"DEMONSTRAÇÃO DE QUEIMAS ESPECIAIS"
ÚLTIMO EVENTO DO ANO NO ATELIÊ SÍLICAS


EXPOSIÇÃO "AGONIAS E BONANÇAS" PINTURAS DE KENICHI KANEKO

Nosso grande amigo, ator e artista plástico Kenichi Kaneko inaugurou no espaço Lugar Pantemporâneo, uma belíssima exposição na qual faz uma especial e sensível referência aos acidentes de Fukushima ocorridos no início deste ano. Vale a pena conferir.








MARIKO KANEKO E O ATELIER NILEART

A artista plástica Mariko Kaneko desenvolve, além de quadros, vestuário e objetos de decoração com maravilhosos tecidos com pinturas em batik e taidai. Quem quiser conhecer é só ir até seu atelier na Granja Viana.



PALESTRA E OFICINA "OS SABERES E O PROCESSO DE CRIAÇÃO" - GRUPO IANDÉ

No primeiro fim de semana de setembro, dias 2 e 3, o GRUPO IANDÉ estará ministrando palestra e oficina ni Ateliê Sílicas de Sirlene Giannotti. O tema é instigante e provocativas e as proposições que serão apresentadas mais ainda. Não percam.




DESENHOS DO POETA E
ARTISTA PLÁSTICO FELIPE STEFANI

O poeta Feipe Stefani, que também é artista plástico e ilustrador, tem ilustrado com seus desenhos seus próprios livros de poesia, livros de outros poetas, romances e publicações literárias eletrônicas. Agora está disponiblizando seus desenhos no FLICKR: http://www.flickr.com/photos/felipe_stefani/ . Vale a pena conferir.

Mais uma vez teve também poema seu publicado na revista cultural eletrônica DIVERSOS AFINS, na sua  59ª edição. Confira: http://diversos-afins.blogspot.com


CONTAF 2011 - CONGRESSO NACIONAL DE TÉCNICAS PARA ARTES DO FOGO

De 25 a 27 de agosto acontece no BUNKYO, em São Paulo o já tradicional CONTAF. Confira as informações a respeito das inscrições e programação no link: http://www.contaf.com.br/


EXPOSIÇÃO RODRIGO NUÑEZ

Nosso querido e grande amigo Rodrigo Nuñez do BANDO DE BARRO, o artista plástico, ceramista e professor da UFRGS, estará inaugurando no próximo dia 20, do Atelier Jabutipê, em Porrto Alegre, uma belíssima exposição individual. Seguem o convite e alguns textos sobre o trabalho do Rodrigo: http://www.rodrigonunez.blogspot.com/



Objetos de desejo, por Rodi Nuñez


Gustavo Nakle, Marlies Ritter, Tania Resmini e Megumi Yuasa. Tudo surgiu do mais profundo e absoluto desejo de posse, de uma admiração não somente por questões formais que os trabalhos destes quatro artistas me sugeriam, mas, principalmente, pela oportunidade única de poder ter partilhado durante diferentes momentos de minha vida, a poética do processo de construção do trabalho de cada um deles. A partir daí, pude notar que os objetos criados por eles é pura e simplesmente resultado destas múltiplas vivências.

Mas tudo acabava convergindo para aquelas formas, fossem elas figuras de um universo onírico, lírico e ou delirante repletas de sarcasmos, humores e ironias como nos trabalhos de Gustavo Nakle, ou mesmo na delicadeza e sutileza das histórias de família contadas pelos trabalhos de Marlies Ritter, passando pelas finas placas de Tania Resmini e suas formas orgânicas, seus bulbos repletos de vida e energia e convergindo para o grande mestre Megumi Yuasa com suas sementes, metade pedra metade cerâmica, que carregam a gênesis da criação, a mais profunda e absoluta limpeza de forma, uma síntese feita por uma das pessoas mais generosas que conheço.

Tenho a sorte de ter acesso a estes artistas desde muito cedo e algumas obras, como as de Gustavo Nakle, desde criança. A imagem dos trabalhos destes artistas sempre povoou o meu universo de criação. Quando menos esperava, lá vinham aquelas visões: surgiam não somente as formas, mas também suas maneiras de trabalhar, as conversas e os questionamentos.

A vontade de tê-los um pouco para mim é imensa, ou melhor, de fazer aparecer pelo menos um pouco o que deles está em mim, dentro de meu processo de criação. É neste momento que entra o conceito de objetos de desejo. A construção de quatro linhas de trabalho que busquem traçar um paralelo com objetos executados por eles trazendo à tona minhas mais próximas e afetivas memórias de artista.

Abordo, com esta exposição, o que está dentro de meu processo de criação, imagens persecutórias que não me abandonam revelando-se sempre constantes a cada trabalho executado. Por mais distante formalmente que pareça.


Objetos de desejo - Relatos e confidências, por Rodi NúñezEncaro esta exposição não como um simples exercício de releitura ou revisitação, como preferirem. Ela vai além disso. Trata-se do processo complexo que está por traz do universo da criação. Ela é mais que uma análise de uma construção de forma, pois, se aproxima do campo afetivo, do contato de diferentes pessoas e diferentes processos de criação.


O que corre paralelamente a todo este trabalho é a discussão de quem somos nós senão uma mera e simples infinita somatória de vivências e experiências. O que fiz aqui foi colocá-las para fora, expô-las e com elas, toda minha fragilidade em admitir que eu não sou somente eu, mas também o outro que está em mim e, principalmente, a admiração por este outro.

Esta exposição vem sendo gestada há pelo menos um ano, mas as relações traçadas entre os trabalhos de quatro artistas bem específicos em minha vida são bem mais antigas.

Uma de minhas primeiras memórias de criança foi na casa de Alvorada de Gustavo Nakle. Precisei apenas de uma visita para aquelas imagens nunca mais saírem de minha cabeça. Era uma casa simples de madeira e eu estava na companhia segura de meu pai. Tinha aproximadamente cinco ou seis anos. Fomos recebidos por ele e, em meio a conversa, ele nos levou até um quarto onde tinha um armário antigo onde, ao abri-lo, desvendou-se um universo de sonhos e fantasias. Eram faunos e figuras mitológicas. Se antes eu poderia acreditar que dentro de armários existiriam monstros, ali eu tive a mais absoluta certeza. Mas minha vontade não foi a de fugir, mas sim, a de querer brincar, e assim, passei minha vida inteira a espera do dia em que eu poderia brincar com as figuras do Nakle.

A Marlies Ritter também está presente em meu processo de criação há muito tempo. Nos primeiros anos de faculdade fui convidado a ajudá-la em um workshop para crianças. Lá eu a redescobri em dois sentidos. O primeiro como mãe-artista de dois amigos meus do colégio; o segundo como a artista que fazia enigmáticas exposições de peixes, lentilhas e arroz que, naquele momento, me deixavam ainda mais confuso sobre questões de arte. Anos depois, refiz o contato e desta vez, eu já era professor de cerâmica do Instituto de Artes e comecei a levar turmas de alunos para conversar sobre arte e processos de criação. E naqueles encontros pude desfazer todos os mistérios e reconhecer toda sua sutileza e delicadeza em seu processo, uma biografia construída com as mãos e a matéria. Sua vida, seu cotidiano estavam sempre presentes, questões femininas de mãe, filha e mulher que transcendem minha limitada percepção masculina.

A Tania Resmini surgi para mim também neste período, entre o de ser aluno e tornar-me professor. E, aproveitando esta condição, comecei a levar alunos ao seu ateliê. Lá, ela revelou-se extremamente generosa. Não somente por abrir seu ateliê, mas por expor seu processo e sua técnica impecável, sem pudores, sem receios. É com sua simplicidade que a Tania nos conquista. Há em seu trabalho a delicadeza e a energia dos gestos, um processo orgânico, vivo e sem mistérios.

Não dá para referir-se à Megumi Yuasa sem contar uma breve história que antecedeu nosso primeiro encontro. Logo no início da faculdade fui explorar a biblioteca. Lá encontrei um livro sobre cerâmica brasileira e um dos trabalhos que mais me impressionou foi a semente de um tal de Megumi. Imediatamente pensei: já imaginou se um dia exponho junto com esse cara? Imediatamente percebi que essa situação era distante demais e pensei: não viaja!

Anos depois, e já como professor tive o prazer de fazer um curso com ele, e pude perceber que minha afinidade ia além da admiração por seus trabalhos. Hoje entendo que é uma questão de postura de vida, de posicionamentos sobre arte. Eu o descobri como um mestre poderoso, grandioso e sábio, mas acima de tudo, generoso. Seus trabalhos são como pequenas poesias que com poucas palavras atingem profundamente nossa sensibilidade. Não há o que tirar ou colocar. Não há espaços para desvios. Ou tudo é puro desvio. Mas, ao mesmo tempo, é preciso, direto e sem rodeios. Suas formas são como descanso para o olhar, um lugar para nos perdermos nos detalhes, nos pequenos grafismos e nuances de cores.

Muitos anos depois, o mestre revela sua grandeza e mostra para o ingênuo jovem que os sonhos podem realizar-se. Mas não somente para mim, mas para meus alunos que participavam comigo de uma exposição na qual ele, generosamente, também participava.

Mas de nada adiantaria todas as influências se não soubesse aprender. E esta capacidade de escuta devo, principalmente, à minha querida professora Tania Zara, para quem, com muito carinho e afeto - de um eterno aluno - dedico esta exposição.


CINTILAÇÕES DO RETORNO COMO DESVIO, por Tania Mara Galli Fonseca - Professora do Instituto de Psicologia/UFRGS

Seria preciso iniciar dizendo que as obras de Rodrigo Núñez, agora expostas, não remetem a modelos a imitar e tampouco referem-se a uma perfeição a atingir. Aqui, nos deparamos com a potência dos contágios, com a distribuição nômade e livre própria do simulacro. Simulacro que, sendo afirmado, revela-se como o sistema em que o diferente se refere ao diferente por meio da própria diferença. É verdade que Rodrigo não omite suas fontes inspiradoras. Ao contrário, quer torná-las dignas de nota e reconhecimento. Delas, poder-se-ia dizer que operaram como relâmpagos em seu pensamento fazendo brotar de suas mãos, o devir ilimitado da modelagem da argila. Entre Rodrigo Núñez, Megumi Yasa, Gustavo Nakle, Marlies Ritter e Tania Resmini instaurou-se um fecundo agenciamento de enunciação. Entre eles algo acontece, traduzindo-se como um Fora da imagem, uma vez que as obras de Rodrigo revelam-nos uma espécie de morte do autor enquanto eu solitário, dando voz a um murmúrio diluído do qual não sabemos mais a origem. Trata-se de uma história embrulhada, de um Acontecimento que não cessa, que não começa nem acaba, dirigido que está no sentido do futuro e do passado ao mesmo tempo. Em sua proliferante conversação com a matéria, Rodrigo, como artista-ceramista, recria, fluentemente, variações da linguagem do que pode o barro. Põe-se no plano da criação como um sopro, fazendo cair, diante de nossos olhos, a noção de cópia, assegurando-nos, portanto, o afundamento dos universais. Sua repetição deve ser dita e vista como diferença, produto de seu olhar vibrátil cujo ressoar no mundo das imagens impele à produção de sentido. Com a criação de Rodrigo, o Insano, não estamos diante de um deus que escolhe o melhor dos mundos possíveis, pois desde sua in-sanidade, ele sabe da finitude das formas e alinha-se dentre aqueles que investem no seu avesso, ou seja, nas potências virtuais que as revestem como um forro, inextricavelmente, ligado a uma roupa. Operações de criação que se referem ao movimento e ao tempo, implicando mudança, vibração e irradiações. Agora, já não estamos mais diante de um deus que escolhe o melhor dos mundos possíveis: defronta-nos um processo que passa por todos e afirma-os simultaneamente. Trata-se, assim, de um sistema de variação diante do Acontecimento: criação de um plano em comum, não rebatendo-o sobre um presente que o atualiza num determinado mundo, mas fazendo-o variar em diversos presentes pertencentes a distintos mundos, embora, num certo sentido, eles pertençam a um mesmo mundo estilhaçado.