EXPOSIÇÃO "DIÁLOGOS DO BARRO"
Nossa amiga Nadia Saad nos enviou por e-mail o convite para esta exposição que é o resultado de um belíssimo trabalho. Vale a pena conferir.
Caros Amigos,
Quero convidar a todos para a exposição Diálogos do Barro que será em Pará de Minas, Minas Gerais.
Quero convidar a todos para a exposição Diálogos do Barro que será em Pará de Minas, Minas Gerais.
É a síntese de um percurso que realizei em Terras Mineiras que culminou no Projeto Parapuan, Arte na Indústria: para além do trabalho.
Depois de percorrerem várias cidades como Piracicaba, São Paulo e Curitiba, os trabalhos voltam a sua Terra Natal e aqui serão laureados por seus conterrâneos.
Um forte abraço e até breve,
Nadia Saad
Nadia Saad
"DEMONSTRAÇÃO DE QUEIMAS ESPECIAIS"
ÚLTIMO EVENTO DO ANO NO ATELIÊ SÍLICAS
EXPOSIÇÃO "AGONIAS E BONANÇAS" PINTURAS DE KENICHI KANEKO
MARIKO KANEKO E O ATELIER NILEART
A artista plástica Mariko Kaneko desenvolve, além de quadros, vestuário e objetos de decoração com maravilhosos tecidos com pinturas em batik e taidai. Quem quiser conhecer é só ir até seu atelier na Granja Viana.
PALESTRA E OFICINA "OS SABERES E O PROCESSO DE CRIAÇÃO" - GRUPO IANDÉ
No primeiro fim de semana de setembro, dias 2 e 3, o GRUPO IANDÉ estará ministrando palestra e oficina ni Ateliê Sílicas de Sirlene Giannotti. O tema é instigante e provocativas e as proposições que serão apresentadas mais ainda. Não percam.
DESENHOS DO POETA E
ARTISTA PLÁSTICO FELIPE STEFANI
O poeta Feipe Stefani, que também é artista plástico e ilustrador, tem ilustrado com seus desenhos seus próprios livros de poesia, livros de outros poetas, romances e publicações literárias eletrônicas. Agora está disponiblizando seus desenhos no FLICKR: http://www.flickr.com/photos/felipe_stefani/ . Vale a pena conferir.
Mais uma vez teve também poema seu publicado na revista cultural eletrônica DIVERSOS AFINS, na sua 59ª edição. Confira: http://diversos-afins.blogspot.com
CONTAF 2011 - CONGRESSO NACIONAL DE TÉCNICAS PARA ARTES DO FOGO
De 25 a 27 de agosto acontece no BUNKYO, em São Paulo o já tradicional CONTAF. Confira as informações a respeito das inscrições e programação no link: http://www.contaf.com.br/
EXPOSIÇÃO RODRIGO NUÑEZ
Nosso querido e grande amigo Rodrigo Nuñez do BANDO DE BARRO, o artista plástico, ceramista e professor da UFRGS, estará inaugurando no próximo dia 20, do Atelier Jabutipê, em Porrto Alegre, uma belíssima exposição individual. Seguem o convite e alguns textos sobre o trabalho do Rodrigo: http://www.rodrigonunez.blogspot.com/
Gustavo Nakle, Marlies Ritter, Tania Resmini e Megumi Yuasa. Tudo surgiu do mais profundo e absoluto desejo de posse, de uma admiração não somente por questões formais que os trabalhos destes quatro artistas me sugeriam, mas, principalmente, pela oportunidade única de poder ter partilhado durante diferentes momentos de minha vida, a poética do processo de construção do trabalho de cada um deles. A partir daí, pude notar que os objetos criados por eles é pura e simplesmente resultado destas múltiplas vivências.
Mas tudo acabava convergindo para aquelas formas, fossem elas figuras de um universo onírico, lírico e ou delirante repletas de sarcasmos, humores e ironias como nos trabalhos de Gustavo Nakle, ou mesmo na delicadeza e sutileza das histórias de família contadas pelos trabalhos de Marlies Ritter, passando pelas finas placas de Tania Resmini e suas formas orgânicas, seus bulbos repletos de vida e energia e convergindo para o grande mestre Megumi Yuasa com suas sementes, metade pedra metade cerâmica, que carregam a gênesis da criação, a mais profunda e absoluta limpeza de forma, uma síntese feita por uma das pessoas mais generosas que conheço.
Tenho a sorte de ter acesso a estes artistas desde muito cedo e algumas obras, como as de Gustavo Nakle, desde criança. A imagem dos trabalhos destes artistas sempre povoou o meu universo de criação. Quando menos esperava, lá vinham aquelas visões: surgiam não somente as formas, mas também suas maneiras de trabalhar, as conversas e os questionamentos.
A vontade de tê-los um pouco para mim é imensa, ou melhor, de fazer aparecer pelo menos um pouco o que deles está em mim, dentro de meu processo de criação. É neste momento que entra o conceito de objetos de desejo. A construção de quatro linhas de trabalho que busquem traçar um paralelo com objetos executados por eles trazendo à tona minhas mais próximas e afetivas memórias de artista.
Abordo, com esta exposição, o que está dentro de meu processo de criação, imagens persecutórias que não me abandonam revelando-se sempre constantes a cada trabalho executado. Por mais distante formalmente que pareça.
Objetos de desejo - Relatos e confidências, por Rodi NúñezEncaro esta exposição não como um simples exercício de releitura ou revisitação, como preferirem. Ela vai além disso. Trata-se do processo complexo que está por traz do universo da criação. Ela é mais que uma análise de uma construção de forma, pois, se aproxima do campo afetivo, do contato de diferentes pessoas e diferentes processos de criação.
O que corre paralelamente a todo este trabalho é a discussão de quem somos nós senão uma mera e simples infinita somatória de vivências e experiências. O que fiz aqui foi colocá-las para fora, expô-las e com elas, toda minha fragilidade em admitir que eu não sou somente eu, mas também o outro que está em mim e, principalmente, a admiração por este outro.
Esta exposição vem sendo gestada há pelo menos um ano, mas as relações traçadas entre os trabalhos de quatro artistas bem específicos em minha vida são bem mais antigas.
Uma de minhas primeiras memórias de criança foi na casa de Alvorada de Gustavo Nakle. Precisei apenas de uma visita para aquelas imagens nunca mais saírem de minha cabeça. Era uma casa simples de madeira e eu estava na companhia segura de meu pai. Tinha aproximadamente cinco ou seis anos. Fomos recebidos por ele e, em meio a conversa, ele nos levou até um quarto onde tinha um armário antigo onde, ao abri-lo, desvendou-se um universo de sonhos e fantasias. Eram faunos e figuras mitológicas. Se antes eu poderia acreditar que dentro de armários existiriam monstros, ali eu tive a mais absoluta certeza. Mas minha vontade não foi a de fugir, mas sim, a de querer brincar, e assim, passei minha vida inteira a espera do dia em que eu poderia brincar com as figuras do Nakle.
A Marlies Ritter também está presente em meu processo de criação há muito tempo. Nos primeiros anos de faculdade fui convidado a ajudá-la em um workshop para crianças. Lá eu a redescobri em dois sentidos. O primeiro como mãe-artista de dois amigos meus do colégio; o segundo como a artista que fazia enigmáticas exposições de peixes, lentilhas e arroz que, naquele momento, me deixavam ainda mais confuso sobre questões de arte. Anos depois, refiz o contato e desta vez, eu já era professor de cerâmica do Instituto de Artes e comecei a levar turmas de alunos para conversar sobre arte e processos de criação. E naqueles encontros pude desfazer todos os mistérios e reconhecer toda sua sutileza e delicadeza em seu processo, uma biografia construída com as mãos e a matéria. Sua vida, seu cotidiano estavam sempre presentes, questões femininas de mãe, filha e mulher que transcendem minha limitada percepção masculina.
A Tania Resmini surgi para mim também neste período, entre o de ser aluno e tornar-me professor. E, aproveitando esta condição, comecei a levar alunos ao seu ateliê. Lá, ela revelou-se extremamente generosa. Não somente por abrir seu ateliê, mas por expor seu processo e sua técnica impecável, sem pudores, sem receios. É com sua simplicidade que a Tania nos conquista. Há em seu trabalho a delicadeza e a energia dos gestos, um processo orgânico, vivo e sem mistérios.
Não dá para referir-se à Megumi Yuasa sem contar uma breve história que antecedeu nosso primeiro encontro. Logo no início da faculdade fui explorar a biblioteca. Lá encontrei um livro sobre cerâmica brasileira e um dos trabalhos que mais me impressionou foi a semente de um tal de Megumi. Imediatamente pensei: já imaginou se um dia exponho junto com esse cara? Imediatamente percebi que essa situação era distante demais e pensei: não viaja!
Anos depois, e já como professor tive o prazer de fazer um curso com ele, e pude perceber que minha afinidade ia além da admiração por seus trabalhos. Hoje entendo que é uma questão de postura de vida, de posicionamentos sobre arte. Eu o descobri como um mestre poderoso, grandioso e sábio, mas acima de tudo, generoso. Seus trabalhos são como pequenas poesias que com poucas palavras atingem profundamente nossa sensibilidade. Não há o que tirar ou colocar. Não há espaços para desvios. Ou tudo é puro desvio. Mas, ao mesmo tempo, é preciso, direto e sem rodeios. Suas formas são como descanso para o olhar, um lugar para nos perdermos nos detalhes, nos pequenos grafismos e nuances de cores.
Muitos anos depois, o mestre revela sua grandeza e mostra para o ingênuo jovem que os sonhos podem realizar-se. Mas não somente para mim, mas para meus alunos que participavam comigo de uma exposição na qual ele, generosamente, também participava.
Mas de nada adiantaria todas as influências se não soubesse aprender. E esta capacidade de escuta devo, principalmente, à minha querida professora Tania Zara, para quem, com muito carinho e afeto - de um eterno aluno - dedico esta exposição.
CINTILAÇÕES DO RETORNO COMO DESVIO, por Tania Mara Galli Fonseca - Professora do Instituto de Psicologia/UFRGS
Seria preciso iniciar dizendo que as obras de Rodrigo Núñez, agora expostas, não remetem a modelos a imitar e tampouco referem-se a uma perfeição a atingir. Aqui, nos deparamos com a potência dos contágios, com a distribuição nômade e livre própria do simulacro. Simulacro que, sendo afirmado, revela-se como o sistema em que o diferente se refere ao diferente por meio da própria diferença. É verdade que Rodrigo não omite suas fontes inspiradoras. Ao contrário, quer torná-las dignas de nota e reconhecimento. Delas, poder-se-ia dizer que operaram como relâmpagos em seu pensamento fazendo brotar de suas mãos, o devir ilimitado da modelagem da argila. Entre Rodrigo Núñez, Megumi Yasa, Gustavo Nakle, Marlies Ritter e Tania Resmini instaurou-se um fecundo agenciamento de enunciação. Entre eles algo acontece, traduzindo-se como um Fora da imagem, uma vez que as obras de Rodrigo revelam-nos uma espécie de morte do autor enquanto eu solitário, dando voz a um murmúrio diluído do qual não sabemos mais a origem. Trata-se de uma história embrulhada, de um Acontecimento que não cessa, que não começa nem acaba, dirigido que está no sentido do futuro e do passado ao mesmo tempo. Em sua proliferante conversação com a matéria, Rodrigo, como artista-ceramista, recria, fluentemente, variações da linguagem do que pode o barro. Põe-se no plano da criação como um sopro, fazendo cair, diante de nossos olhos, a noção de cópia, assegurando-nos, portanto, o afundamento dos universais. Sua repetição deve ser dita e vista como diferença, produto de seu olhar vibrátil cujo ressoar no mundo das imagens impele à produção de sentido. Com a criação de Rodrigo, o Insano, não estamos diante de um deus que escolhe o melhor dos mundos possíveis, pois desde sua in-sanidade, ele sabe da finitude das formas e alinha-se dentre aqueles que investem no seu avesso, ou seja, nas potências virtuais que as revestem como um forro, inextricavelmente, ligado a uma roupa. Operações de criação que se referem ao movimento e ao tempo, implicando mudança, vibração e irradiações. Agora, já não estamos mais diante de um deus que escolhe o melhor dos mundos possíveis: defronta-nos um processo que passa por todos e afirma-os simultaneamente. Trata-se, assim, de um sistema de variação diante do Acontecimento: criação de um plano em comum, não rebatendo-o sobre um presente que o atualiza num determinado mundo, mas fazendo-o variar em diversos presentes pertencentes a distintos mundos, embora, num certo sentido, eles pertençam a um mesmo mundo estilhaçado.
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